A fluência no inglês passou a ser uma obrigação, um requisito básico que exclui os candidatos na etapa da análise dos currículos.
Pois é, sempre ouvimos falar de como o conhecimento de outros idiomas é uma competência importante para a nossa empregabilidade, um diferencial interessante que pode nos destacar em um processo seletivo.
Verdade, mas em algumas áreas, e para os melhores postos, a fluência (vejam que usei o termo fluência e não mais conhecimento) no inglês passou a ser uma obrigação, um requisito básico que exclui os candidatos na etapa da análise dos currículos.
Esse é o caso de segmentos como o turismo, comércio internacional, logística, eventos e para todas aquelas grandes empresas que muitos de nós sonham em ingressar um dia.
O incremento das transações com o exterior – quer seja através da internacionalização das empresas brasileiras ou da chegada de investimentos estrangeiros e, futuramente, com a realização dos grandes eventos esportivos – aumentou em escala proporcional a demanda por esse tipo de profissional que, diferentemente do que se poderia supor, continua sendo uma raridade no mercado baiano.
Todo mundo sabe que é necessário, que é vital, mas falta alguma coisa para deixar de ser um objetivo e transformar-se em realidade.
Nunca a oferta de cursos foi tão grande. Além dos cursos presenciais e intercâmbios, há uma ampla oferta na modalidade EAD, sem falar na facilidade com que podemos consolidar o nosso aprendizado através do acesso a filmes e programas legendados.
Para aqueles que alegam não ter dinheiro, é importante que se considere esse gasto como um investimento e não como uma despesa.
Uma pesquisa muito referenciada, da Catho Online, apurou que para aqueles que ocupam cargos de supervisão ou chefia, ter conhecimento do espanhol pode aumentar a remuneração do cargo em até 5,9%; no caso do inglês, o aumento chega a 17,96% e, para aqueles que dominam dois idiomas, o salário pode aumentar em mais de 20%. Portanto, procure uma forma de investir.
Se for o caso, você pode também esperar terminar de pagar a faculdade para iniciar esse novo desembolso. Ou, por outra, reunir colegas que estejam na mesma situação e tentar contratar um professor para uma classe especial. Essa última alternativa pode ser mais rápida e mais direcionada para as necessidades do grupo.
Talvez vocês estejam se perguntando o porquê da ênfase dada nesse artigo ao inglês. Será que aprender espanhol ou mandarim não pode ser mais interessante?
Ele é universal. Contudo, obviamente, como demonstrado na pesquisa acima referenciada, quanto mais idiomas você dominar, maior o seu poder de barganha profissional e, nesse caso, o espanhol e o mandarim aparecem, por motivos óbvios, como as opções mais promissoras.
Por fim, por mais desejável que lhe pareça ter essa competência, nunca minta em seu currículo sobre esse assunto. Muitas empresas resolvem testá-lo e não são incomuns as entrevistas e dinâmicas realizadas nesse idioma informado.
Já imaginou que saia justa? Então, pense bem. Viveremos um apagão de profissionais fluentes em línguas e há aquele velho ditado que diz: em terra de cegos, quem tem um olho é rei!
ESCRITO POR:
Profa. Dra. Carolina Spinola
Consultora da Área de Negócios da ValorH Consultoria e Professora Universitária. Administradora, Mestre em Administração e Doutora em Geografia, com ênfase em Desenvolvimento Regional.